Sei que ainda não terminamos o ano, mas com certeza, já podemos concluir muita coisa sobre o que aconteceu com o futebol dos nossos vizinhos argentinos.
Começando com as seleções, muitas categorias estiveram em atividade este ano. E o começo de 2023 não foi um começo qualquer. E sim, um começo com muita festividade após serem tricampeões na Copa do Mundo do Catar 2022 com o futebol profissional.
Em ordem cronológica, a categoria Sub-20 Masculina ficaria de fora do mundial da categoria caso o evento tivesse acontecido na Indonésia, como previsto. A equipe argentina ficou fora das vagas disponíveis para o mundial no torneio da América do Sul. Entretanto, com a substituição do evento para terras argentinas, a equipe do técnico e ex-atleta Javier Mascherano foi automaticamente classificada para o mundial por ser o país-sede. Entretanto, dentro de campo, tiveram que se contentar apenas com as oitavas de final. A equipe perdeu para a seleção nigeriana pelo placar de dois a zero.
Já na categoria Sub-17 masculina, através do torneio continental (realizado em abril) da categoria, a Argentina conseguiu a classificação para o mundial. Competição esta que acontece no momento em que escrevo este texto. E diferente do torneio continental, a equipe do técnico Placente vem se saindo muito bem na competição. Após uma goleada aplicada na seleção brasileira por três a zero, a seleção enfrentará a Alemanha nas semifinais da competição*.
Regressando para o mês de julho, a seleção principal feminina argentina disputou a Copa do Mundo na Austrália e Nova Zelândia. Um torneio para a equipe e a AFA (Federação Argentina de Futebol), traduzirem como um aprendizado após não terem conseguido bater de frente com as seleções da Suécia, África do Sul e Itália.
E, não menos importante, a seleção argentina segue bem nas eliminatórias para a Copa do Mundo 2026. Fecha o ano como a primeira colocada da competição. Mesmo, tendo perdido para o Uruguai dentro de seus próprios domínios.
Quanto a seus clubes, gostaria de destacar a campanha do Boca Juniors na Copa Libertadores da América, aonde conseguiu chegar as finais, após a fase de grupos, sempre nas decisões de pênaltis. Infelizmente, para os argentinos, o resultado não foi favorável. O Fluminense, de Fernando Diniz e cia, conseguiu realizar uma partida beirando a perfeição. As escolhas do técnico do time brasileiro e a sua tática aplicada foram suficientes para vencer pelo placar de 2 a 1.
E diferente de seu desempenho no futebol continental, no campeonato nacional, o Boca tem mostrado um resultado um pouco diferente. Na primeira competição, a Liga argentina, ficou muito longe do resultado que costuma alcançar. A equipe ficou apenas na sétima posição, vendo seu rival direto, o River Plate ser campeão. No segundo torneio, o time Azul y Oro teve um desempenho muito similar, para a infeliz realidade do torcedor. Os resultados ruins fizeram com que o atual vice-campeão fique fora da principal competição do continente em 2024 e terá que se contentar com a Sul-Americana.
A Copa da Argentina será decida entre Estudiantes e o Defensa y Justicia. Este que também conseguiu atingir as semifinais da Copa Sul-americana. Um resultado muito significativo!
Além desses fatos, muitos outros acontecimentos podem ser destacados! Mas, afinal, o que tirar de proveito de 2023? Primeiramente, fugindo um pouco do futebol, a Argentina acabou de passar por uma eleição muito delicada, aonde o presidente eleito, Javier Milei (presidente do partido La Libertad Avanza e ex-goleiro). Segundo o presidente recém-eleito, o país precisará passar por alguns reajustes para tentar fugir da crise econômica que passa. Os projetos esportivos e, claro, o futebol sofrerão sim certos impactos caso as medidas sejam aplicadas.
Mas deixando a política de lado e voltando para o nosso foco, que é o futebol, percebo que os clubes e seleções argentinas vão tentar corrigir seus erros para serem mais certeiros em 2024.
Muitas campanhas foram dignas de serem lembradas nos clubes, mas que por mínimos detalhes, não foram eternizadas. Como foi o caso do Boca Juniors e Defensa y Justica nas suas campanhas dos torneios continentais. Quem sabe trabalhando mais a parte mental dos atletas, os resultados possam ser um pouco mais promissores. Que acredito que tenha faltado um pouco disso nas suas respectivas decisões.
Nas seleções argentinas, vejo também um trabalho muito promissor com todas as categorias, aonde o estilo de jogo vem se tornando mais constante entre elas, permitindo assim que um estilo e modelo de atuar se tornem estáveis.
Um abraço!
Lucas Alecrim.
*Após um empate por 3 a 3 no tempo regulamentar, a Argentina perdeu para a Alemanha por 4 a 2 nos pênaltis e foi eliminada na semifinal do Mundial Sub-17. Com o resultado, ela volta a campo para disputar o terceiro lugar contra Mali, na próxima sexta-feira (1º).