Essa semana tivemos a confirmação que o Brasil será sede da Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2027 e isso me lembrou algo...
Um dia histórico e feliz. Algo que o futebol feminino brasileiro luta até hoje para ter mais vezes, diante de tantas dificuldades que já passou e passa. O Rio de Janeiro foi a sede dos Jogos Pan-Americanos de 2007 e no futebol as meninas haviam sido prata nas olimpíadas de Atenas contra os EUA (com decisões bem contestáveis da arbitragem, para falar educadamente).
Mais do que favorita, a seleção chegou ao Pan com uma obrigação de conquista, por diversos fatores. Havia o fato de o time jogar em casa e de nem todos os times terem vindo com força máxima, caso dos EUA. Entretanto pesava também a necessidade de apagar a má impressão deixada no Sul-Americano do ano anterior, quando a equipe foi derrotada na final pela Argentina.
Naquela época, com muito menos visibilidade e menos campeonatos, o futebol feminino não recebia muita atenção. No entanto, o talento das jogadoras começou a chamar cada vez mais a atenção do público. A campanha que culminou na conquista foi irretocável: seis vitórias, 33 gols marcados, nenhum sofrido e Marta como artilheira com 12 gols.
Durante o torneio, houve uma vitória impressionante de 10 a 0 sobre o Equador e um incrível 7 a 0 sobre o forte Canadá, que veio completo para a disputa e terminou com a medalha de bronze. O jogo mais difícil da trajetória ocorreu na semifinal, quando o Brasil venceu o México por 2 a 0, com certa dificuldade.
Na final simplesmente 72 mil pessoas no maracanã para assistir a final contra as americanas que mesmo com time reserva eram uma potência da modalidade como ainda são até hoje.
As brasileiras não decepcionaram o público. Em um jogo grande, com palco imponente e uma torcida gigante e empolgada, a seleção brilhou. Com a transmissão de Galvão Bueno, o espetáculo foi completo. A vitória por 5 x 0 contou com gols de Marta, Cristiane e Daniela Alves, esta última muitas vezes pouco lembrada, mas uma verdadeira craque de bola.
O time também contou com Andréia; Aline, Renata Costa e Tânia; Elaine, Daniela Alves, Formiga, Rosana, Kátia Cilene, Pretinha e Maycon. Sob o comando do técnico Jorge Barcellos, a equipe mostrou sua força e talento.
Apesar de ser um time B, a resposta do Brasil contra essa questão veio logo depois. Pois quis o destino que quase exatamente dois meses depois, no Mundial da modalidade, os EUA, dessa vez com todas as suas estrelas, cruzassem o caminho do Brasil. O resultado de 4 a 0, na semifinal da Copa do Mundo feminina da China, em 27 de setembro, acabou dando ainda mais peso ao Ouro do Pan.