Não posso mentir para você! Não estaria sendo justo! Todo esse pouco tempo que eu e a LMA Gestão em Equipamentos e Processos estamos participando do programa semanal “Enganche” unido a meus amigos do Futebol Além da Fronteira (FAF) e do Latinizados, nós não poderíamos negar que ficamos maravilhados com um dos temas que sempre estamos falando. Ela mesma! A Major League Soccer (MLS).
Após semana a semana sempre “pincelando” tópicos na qual envolve o campeonato de futebol jogado pelos EUA e alguns times do Canadá, ficamos encantados com a estrutura que ela fornece a todos os envolvidos (as). Dirigentes, jogadores, comissão técnica e, principalmente, os torcedores são parte de um espetáculo que, a cada dia, vem tomando mais força no ramo do entretenimento esportivo.
Também, não é para menos. Com tantos investimentos em atletas de alto nível, estruturas físicas, marketing, organização e outros aspectos, o caminho não seria diferente.
Não vamos entrar aqui diretamente nos pilares do sucesso que foram tal competição. Até mesmo pelo fato de esses pilares já serem muito falados em vários meios de comunicação. E também que é visto em outros esportes que tem estruturas filosóficas similares, como é a NFL e NBA.
Na coluna do escritor João Paulo di Carlo Perez, denominada “Os Tempos não voltam? Parte Final: MLS, o fenômeno imparável” está mais do que claro (escrito de forma bem minuciosa) como a estrutura da competição tem se superado gradativamente de forma positiva. O que mais nos chamou atenção da coluna foi justamente a entrada significativa das categorias de base no processo de formação de jovens atletas. Principalmente, pelo fato de muitos atletas virem do mercado da América do Sul.
Nossa reflexão hoje é sobre os atletas mais veteranos que participam da competição. O torneio se tornou apenas um local para atletas que estão na iminência de se aposentar ou eles ainda possuem muito a contribuir?
Esse tema surgiu em nossas reuniões de gestão e eu nos sentimos desafiados a descrever sobre o tema.
Não foi apenas pela entrada de Messi, Suárez, Busquetes e outros que nos motivaram a desenvolver o assunto. Na verdade, nós quisemos ir um pouco mais a fundo: será que os atletas se interessam pela competição (e marketing gerado) e pelo que os países que participam apenas para irem residir em ótimas casas e cidades? Ou ainda é um desafio esportivo para eles vencerem em outro mercado com times na modalidade de franquias?
Muitos desses jogadores que vem de atuações no mercado europeu e de times tradicionais vencedores (ou não) de campeonatos nacionais e da UEFA Champions League, por exemplo.
Em nível de contexto histórico referente às contratações de jogadores, a primeira temporada da MLS foi jogada em 1996 com dez times no total. O primeiro atleta a ser contratado foi famoso Tab Ramos (atleta que levou a cotovelada do lateral Leonardo na Copa do Mundo de 1994) pelo New York/New Jersey MetroStars. O jogador que tinha por volta dos seus 30 anos e já tinha passagens pelo futebol espanhol e mexicano.
Com isso, as dez equipes iniciais da MLS começaram a montar seus respectivos elencos. E com as mais variadas nacionalidades inclusas. Praticamente de todos os continentes do mundo. E com muitos jogadores estrangeiros renomados na época com Carlos Valderrama (34 anos - COL – Tampa Bay Munity), Marco Etcheverry (25 anos - BOL – DC United), Jorge Campos (29 anos – MEX – LA Galaxy), Roberto Donadoni (32 anos – ITA – NY red Bulls). Sem mencionar que os atletas que deram trabalho para o Brasil no forte sol das quartas de finais da Copa do Mundo de 1994 também estavam atuando na edição mencionada. Atletas como Tony Meola, Marcelo Balboa, Paul Caliguri, o próprio Tab Ramos e outros.
E, ao longo da linha temporal, vários atletas continuaram ingressando na competição. Estrangeiros ou não. Como o contrário também ocorreu. Muitos atletas de destaque foram para mercados externos já firmados no mundo do futebol, como Donavan, Coby Jones, Claudio Reyna, Alphonso Davies, Pulisic e outros.
Mas muito se é falado que a MLS é considerada um “celeiro” de atletas que vão fazer sua reserva financeira para se aposentarem em um futuro breve. E de fato isso tem ocorrido, mas credito que está longe de ser uma regra. Muito longe! Claro que os atletas mais renomados que fazem essa transição mercado externo/MLS ficam evidenciados, porém muitos atletas ainda novos e de qualidade técnica/tática mostraram que também há o outro lado da moeda. A equipe dos EUA na Copa do Mundo do Catar 2022 pode ratificar essas palavras que aqui escrevemos. Walker Zimmerman (29 anos – Nashville) e Kellyn Acosta (27 anos – Chicago Fire) são alguns exemplos.
No gráfico abaixo, é possível ver um estudo elaborado pela própria LMA Gestão em Equipamentos e Processos como essa curva se apresenta da sua primeira edição até esta de 2024. Estão contidos nos gráficos as linhas de média de idade das edições, média de atletas estrangeiros e o número de equipes participantes. Tudo isso em intervalos de dez em dez anos. Como não chegamos em 2026 para fechar o estudo, coletaremos as informações da edição atual. Observem abaixo:
Sabemos que o gráfico fala por si só, mas é importante salientar alguns pontos dessa métrica. Por exemplo, o número médio de atletas estrangeiros duplicou desde sua primeira edição, mas mesmo com esse valor, o restante dos treze atletas (em média) que completam os plantéis são dos EUA ou Canadá.
A média de idade dos elencos foi quase uma reta linear!
É sabido que os atletas que atuaram e atuam dentro da MLS tem sim objetivos diferentes. Na verdade em qualquer esfera de negócios dentro da esfera terrestre. Todas as pessoas têm objetivos diferentes na vida. E não seria diferente desses atletas.
Se tomarmos como exemplo do brasileiro Kaká (Orlando City), em entrevista anos atrás ao programa televisivo Jogo aberto, ele menciona sua escolha para ir para os EUA: “Para mim foi o contexto global...ajudar a desenvolver o futebol nos EUA”. E se formos analisar o pouco tempo de atividade que Kaká atuou, foi vista muita dedicação e empenho nas suas performances dentro de campo. Claro, ele já não estava com a mesma idade dos brilhos do São Paulo e do Milan.
Já partindo para o caso de Beckham, sabe-se que foi um cunho muito mais de negócios. A estrutura de contrato visionário que foi aplicado permitiu ao inglês uma posição de dono de franquia atualmente.
Bom, eu acredito que essa fixação de ter atletas apenas para trazer marketing e visibilidade para a MLS já não é tão sustentada. Pelos jogos que estamos acompanhando quase semanalmente, nós percebemo bastante empenho e esforços dos atletas considerados veteranos. Isso em todos os times (ou franquias) dos times que fazem o torneio.
Realmente, não vemos mais a MLS como a competição do futuro, e sim, do agora!
Grande Abraço
Lucas Alecrim.