Como doente pelo futebol, sempre gostei da cultura mexicana de colocar nome de bichos nos times. Assim, em 2011, conheci mais um pelo qual me interessei: O Jaguares Chiapas, clube que enfrentaria o internacional na fase de grupos da Libertadores. O clube fez grande campanha e acabou sendo eliminado pelo Cerro Porteño nas quartas.
A história do Jaguares começa poucos anos antes, em 2002, em mais um daqueles casos loucos de franquia que acontecem até hoje na liga MX.
Com a promoção dos Tiburones Rojos à primeira divisão mexicana, o porto de Veracruz passou a ter dois times, já que seis meses antes o Irapuato decidira mudar de sede por motivos administrativos. O Grupo Pegasso, portanto, possuía duas franquias na elite, abrindo a possibilidade para que uma delas mudasse de sede.
Ainda sem equipe formada, estádio adequado e com o tempo se esgotando, Alejandro Burillo, presidente do Grupo Pegasso, e Pablo Salazar Mendiguchía, governador do estado, anunciaram que o estado de Chiapas teria futebol na Primeira Divisão. A equipe se chamaria Jaguares de Chiapas e teria sua sede em Tuxtla Gutiérrez, capital do Estado. O anúncio aconteceu no Centro de Convenções Poliforum Mesoamericano em 27 de junho de 2002.
Nascido já na primeira divisão, o clube não teve um início promissor, somando campanhas ruins no Apertura e Clausura, bem como escapando do rebaixamento na última rodada graças a um gol de falta de Gilberto Mora.
Com o passar dos anos, o clube cresceu e se consolidou na primeira divisão, chegando a disputar a Concachampions 10-11 e a Libertadores de 2011.
De jogadores de destaque que passaram pela equipe, vale destacar o paraguaio Cabañas, que jogou entre 2003 e 2006, e é o maior artilheiro da história do Chiapas. Além dele, também passou por lá o colombiano Jackson Martinez, que jogou a copa de 2014.
Em 20 de maio de 2013, os antigos proprietários venderam o Jaguares ao Grupo Delfines, cujo dono é Amado Yáñez. Na sequência, durante reunião na assembleia de donos, eles informaram a transferência do clube para Querétaro. A torcida do estado de Chiapas se manifestou diversas vezes contra a venda do time, porém não causou efeito.
Os motivos da venda do time são que o governador e sua política de austeridade limitaram o governo a apoiar financeiramente o time, e também pela baixa ida de torcedores aos jogos (média de 12 mil por jogo). Fato que piorou com a saída de Jackson Martínez, a falta de reposição de qualidade e os resultados ruins dentro de campo.
Dentre idas e vindas no mesmo ano, com a venda do antigo San Luis, surgiu o Chiapas FC, que seria o mesmo clube, cores e mascote, mas com outro nome. Contudo, com o rebaixamento e dívidas - principalmente com jogadores e comissão técnica - em 8 de junho de 2017, o clube oficialmente desapareceu. A Liga MX tomou a decisão de desfiliar Chiapas e efetuou o vínculo para poder pagar o que é devido.
Fica então a lembrança da campanha mágica de 2011 e do escudo inesquecível para todo maluco do futebol.